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Começou no kart em 1974, com 15 anos de idade, sendo campeão brasiliense nesta mesma temporada. Nascido numa família de classe média, financiou os primeiros anos de sua carreira trabalhando como preparador de motores para muitos de seus adversários nas pistas. Em 1976, conquistou o campeonato brasileiro na categoria 125cc, meses antes de sofrer um grave acidente de motocicleta que roubaria praticamente dois anos de sua carreira.

 

Em 1979, com orçamento extremamente limitado, comprou um carro e fez corridas esporádicas de Fórmula Ford por toda Grã-Bretanha, terminando o campeonato P&O na 6ª posição, com duas vitórias e sendo considerado a revelação do ano. Fez ainda uma prova pela Fórmula Ford 2000, terminando na segunda colocação e quebrando o recorde da pista de Mallory. Retornou no ano seguinte como piloto oficial da Van Diemen sagrando-se campeão do prestigiado campeonato Townsend-Thoresen, bem como do festival mundial da categoria, correndo contra quase 200 pilotos. Além disso, foi vice-campeão do campeonato europeu, apesar de não ter participado de uma das provas, que coincidira com uma corrida do campeonato britânico.

A partir de 1981,


Roberto começa a revelar enorme persistência, quando aumentam as dificuldades para financiar o prosseguimento de sua carreira. Neste ano assina um contrato de gaveta para ser piloto de testes do legendário Team Lotus, como forma de poder correr na F-3. Estréia apenas na sétima corrida do ano pela equipe Barron, que a rigor só dispunha de um mecânico, e se mostra imediatamente competitivo. Vence a 4ª corrida na qual toma parte, em Silverstone, à frente de 34 pilotos, numa etapa válida tanto para o campeonato britânico quanto para o europeu. Ao fim do mesmo ano é convidado a participar do 46º GP da Austrália, juntamente com os dois últimos campeões mundiais de F1 - Nelson Piquet e Alain Jones -, na pista de Calder Park. Com carros de Fórmula Pacific padronizados, Moreno conquista a pole position, faz a melhor volta e vence a corrida com uma volta de vantagem sobre Nelson Piquet, o segundo. Volta à Austrália nos três anos seguintes, subindo ao degrau mais alto do pódio em 1983 e 1984.
 

Em 1982, é chamado às pressas para substituir o inglês Nigel Mansell no Grande Prêmio da Holanda, ao volante do Lotus 91, um carro que só havia pilotado em testes de linha reta em Snetterton, e depois por algumas voltas demonstrativas em Jacarepaguá. Sem experiência com carros-asa e sem o condicionamento físico necessário para levar o carro ao seu limite, de modo muito específico na longa curva ao final da pista de Zandvoort, não consegue classificação para a corrida. No restante da pista obtinha tempos tão rápidos quanto os de Elio de Angelis, deixando surpreso o próprio italiano. Apesar das ressalvas, o episódio atrasou o andamento de sua carreira em ao menos cinco anos. Ao fim de 1982, Moreno ainda vence o prestigiado GP de Macau, no seletivo circuito da Guia, na última vez em que a corrida foi disputada com carros da F-Pacific.


Em 1983, disputa o campeonato de F-Atlantic na América do Norte, com excelentes resultados. Vence quatro das oito corridas que disputa, perdendo o campeonato para Michael Andretti somente por culpa de duas falhas mecânicas e por não ter participado de uma das corridas. Volta à Europa para disputar a F-2 em 1984. Termina o ano como vice-campeão, e também disputa as 24 de Le Mans nesta mesma temporada. No ano seguinte é convidado a pilotar nos circuitos mistos e de rua pela equipe Galles da F-Indy, com resultados surpreendentes, sendo contratado para fazer a temporada de 1986 completa. A troca pelo chassi Lola, no entanto, se mostra negativa em termos de competitividade, e ao fim do ano Roberto decide trocar uma carreira segura nos EUA pela busca do velho sonho da Fórmula 1.

Em 1987, corre na Fórmula 3000 Internacional, terminando o ano como terceiro colocado. Ao fim do ano é contratado pela equipeAGS para fazer as duas últimas provas do calendário da F1. Em treinos que duraram até a noite na pista de Paul Ricard, consegue melhorar o desempenho do carro em cerca de 3 segundos, obtendo classificação para a largada em Suzuka. Na Austrália, onde sempre obteve resultados excelentes, terminou em 6º lugar marcando o seu primeiro ponto (em função da desclassificação do carro de Ayrton Senna) e também o primeiro da equipe francesa na categoria. Graças a este resultado, a equipe passava a ter todos os custos de transporte custeados pela FOCA, economizando cerca de 400 mil dólares.
 

Apesar do excelente desempenho, o principal patrocinador da equipe exige a contratação de um piloto francês, Philippe Streiff, levando Roberto a fazer mais uma temporada na F-3000. Recebendo a notícia já às vésperas do início da temporada, o piloto se vê obrigado a montar a própria equipe. Correndo somente com o apoio do engenheiro Gary Anderson, e garantindo a próxima corrida com o prêmio recebido pela anterior, Moreno conquista um título consagrador, o primeiro de um piloto brasileiro na 3000. Ao longo da campanha quebra diversos recordes da categoria, e é convidado pela Ferrari a ser piloto de testes. Durante 55 dias desenvolve o câmbio semi-automático, de acionamento no volante, que terminaria por vencer em sua primeira aparição, pelas mãos de Nigel Mansell, no GP do Brasil do ano seguinte.
 

Em 1989, defende a Coloni na F1, dona do carro mais pesado de todo o grid, obtendo a classificação em quatro oportunidades. Para 1990 assina com a EuroBrun, fazendo uma excelente prova em Phoenix na etapa inicial da temporada. A partir de então passa a ser sistematicamente boicotado pela própria equipe, que não desejava investir no carro os valores recebidos pelos investidores. A história vem à tona após o GP da Espanha, dias antes do italiano Alessandro Nannini vir a sofrer um acidente de helicóptero que colocaria fim à sua carreira na F1.
 

Graças ao bom trabalho realizado na Ferrari, Moreno se torna a opção favorita do inglês John Barnard para o lugar de Nannini na equipe Benetton. A corrida de estreia no novo time termina da melhor forma possível, com uma dobradinha liderada por seu amigo de infância, o tricampeão mundial Nelson Piquet. Foi a última dobradinha de pilotos brasileiros na F1 até os dias atuais.

O resultado vale a Moreno a contratação para 1991, mas a utilização dos pneus Pirelli e a saída de Barnard a meio do ano reduzem a competitividade do conjunto, além de tornarem o ambiente sensivelmente mais instável. Após terminar na 4ª colocação o GP da Bélgica, com direito a marcar a volta mais rápida da corrida (a única da carreira),

Roberto recebe um comunicado de demissão por parte da Benetton. Por pressão e uma quantia vultosa de dinheiro por parte da Mercedes, seu lugar seria agora cedido ao jovem e talentoso alemão Michael Schumacher, vindo da Jordan. Como solução, Moreno guiaria nas duas corridas seguintes para a equipe de Eddie Jordan. Na Itália, o brasileiro se classifica cinco posições e oito décimos à frente do piloto da casa, Andrea de Cesaris, que guiava o Jordan desde o início da temporada. No início da corrida Moreno se posiciona bem, até sair da pista quando teve os freios travados antes de fazer o contorno da Variant Ascari; o piloto do carro verde número 32 abandona a prova lá antes de completar a primeira volta. No GP de Portugal, Moreno termina em 10º, mas ele não torna a aparecer até ser convidado pela equipe Minardi para disputar a última corrida do ano, o chuvoso GP da Austrália, em Adelaide. Moreno correria no lugar do italiano Gianni Morbidelli, chamado a substituir o francês Alain Prost, demitido pela Ferrari. Roberto Moreno guia o carro da equipe Forti Corse em 1995.


Em 1992, Roberto assina com a equipe Andrea Moda, que surgira da compra da Coloni. O carro jamais chega a ficar verdadeiramente pronto, mas ainda assim o piloto conseguiu um dos maiores milagres de sua carreira ao classificá-lo na posição para o GP de Mônaco, mesmo enfrentando graves problemas durante a sessão oficial que o impediriam de dar uma segunda volta rápida. Em 1993, defende a Alfa Romeo em campeonatos de Turismo, enquanto se recuperava fisicamente de uma cirurgia. Retornaria à Fórmula 1 em 1995 para fazer dupla com o compatriota Pedro Paulo Diniz na equipe Forti Corse.

 

Atualmente, o piloto é convidado a dar palestras em todos os cantos do mundo. Além disso, ajuda a orientar a carreira de jovens pilotos, como o brasiliense Lucas Foresti. Moreno, apesar de ser carioca de nascimento, foi criado desde os onze anos em Brasília.

 

1996-1998: Carreira no automobilismo dos EUA

 

Após deixar a Fórmula 1, Moreno voltou em definitivo para o automobilismo dos EUA. Em 1996, com o patrocínio da Data Control, assinou um contrato com a modesta Payton Coyne. Entretanto, Moreno se sobressaiu, fazendo 25 pontos e conseguindo a 21ª posição no campeonato. Sua grande corrida foi a U.S. 500. Aproveitando-se dos abandonos e fazendo uma corrida perfeita, Moreno subiu ao pódio com a 3ª posição, a melhor posição de chegada de um carro da Payton-Coyne.


Para 1997, Moreno continuaria na mesma equipe. O conjunto Lola-Ford estava ainda menos competitivo e o brasileiro não podia almejar bons resultados. Correu apenas em Homestead, segundo ele, "morrendo de medo de não bater" e terminando física e mentalmente esgotado, pois seu carro era indirigível. Diante disso, Moreno decidiu sair da equipe. Então aconteceu o acidente do compatriota Christian Fittipaldi em Surfers Paradise e Moreno foi chamado a substitui-lo na Newman-Haas.


Diante da torcida, Moreno obtém uma festejada segunda colocação no grid de largada em Jacarepaguá, ao lado do pole position e compatriota Maurício Gugelmin. Nas corridas, no entanto, diversos problemas mecânicos o impedem de somar pontos de maneira mais consistente. Neste mesmo ano, fez ainda duas corridas pela Bettenhausen substituindo o canadense Patrick Carpentier, que se acidentou no primeiro treino livre no Super Oval de Fontana[1] .


Em 1998, Moreno faz apenas duas corridas pela Project Indy, antes de disputar o GP de Milwaukee pela Newman-Haas, novamente no lugar do contundido Christian Fittipaldi.

 

1999: A redenção de Moreno

 

A temporada de 1999 foi bem melhor. Substituindo o inglês Mark Blundell (ex-piloto de F-1, assim como Moreno), o brasileiro marcou pontos em 6 corridas, com destaque para dois 4ºs, emGateway e em Toronto. Mais um acidente com Christian Fittipaldi e Moreno assumiu o lugar na Newman-Haas, conseguindo um excelente 2º lugar em Laguna Seca.


Mais uma prova do esforço de Moreno: no início do ano, com contrato para disputar duas corridas na IRL pela Truscelli, chegou a disputar a 500 Milhas de Indianápolis e a corrida de Gateway no mesmo dia. Já estava na hora de ele ter um lugar definitivo na CART. E essa chance veio.


A Patrick Racing, que estava muito interessada em dispensar o dinamarquês Jan Magnussen por conta dos seus fracos resultados, chamou Moreno para correr já naquele ano, o que não ocorreu, porque ele tinha contrato com a Newman-Haas.


2000:Disputando o título


Em 2000, aos 41 anos, Moreno integrou a Patrick e fez um campeonato espetacular. Venceu a corrida de Cleveland partindo da pole position, foi ao pódio outras cinco vezes e brigou pelo título até o final. No final do ano ficou em 3º, com 147 pontos, atrás apenas de Gil de Ferran e Adrián Fernández.
 

2001-2003: O valor da experiência


Aos 42 anos de idade, a experiência de Moreno era valorizada. Em 2001, o veterano assume a responsabilidade de desenvolver o motor Toyota, e os frutos não tardam a aparecer. O conjunto, que no início do ano não era competitivo, melhora rapidamente a ponto de vencer em Vancouver e fazer a pole em Surfers Paradise. No final, somou três pódios e terminou o ano no 13º lugar.

Moreno pilotando o carro de Stéphan Grégoire nas 500 Milhas de Indianápolis de 2007.

 

Como a Patrick não estava bem das finanças e correria apenas com um carro em 2002, a equipe não teve como continuar contratando Moreno. O veterano, no entanto, estaria de volta à Indy em 2003, com 44 anos de idade, para ajudar a desenvolver a equipe Herdez e o piloto Mario Domínguez. O carro era ruim, mas Moreno conseguiu ótimas performances, como o 5º lugar em St. Petersburg e o excelente 2º lugar em Miami, na chuva. Neste ano marcou pontos em mais 7 corridas e terminou a temporada em 13º, com 67 pontos. No fim, se o resultado não chegou a ser espetacular, o fato é que as corridas foram muito melhores do que os números sugerem.

 

Moreno desde então foi convidado a participar de diversas categorias. Já correu na ALMS e na Stock Car Brasil. Ainda teve mais duas oportunidades no automobilismo dos EUA. Em 2006, na IndyCar, na corrida de rua de São Petersburgo, substituiu o estadunidense Ed Carpenterna equipe Vision Racing. Depois disso, foi o test-driver oficial do novo Panoz da Champ Car, andando cerca de 4.000 km com este carro. Mais tarde, aos 48 anos, voltou à Champ Car para correr o GP de Houston no lugar do estadunidense Alex Figge na Pacific Coast Motorsports, além de obter uma fantástica classificação para as 500 Milhas de Indianápolis de 2007, substituindo o francês Stéphan Grégoire, que fraturou uma vértebra durante os treinos livres.

 

A fama de "super-sub"

 

Moreno, em sua passagem no automobilismo norte-americano, tinha fama de "super-substituto" (SuperSub, como os norte-americanos apelidaram o brasileiro), correndo no lugar de pilotos lesionados. O piloto que mais cedeu sua vaga por acidentes foi Christian Fittipaldi, que se acidentou gravemente por três temporadas seguidas: (1997, 1998 e 1999), seguido por Mark Blundell,Patrick Carpentier, Ed Carpenter, Stéphan Grégoire e Alex Figge.

Em 1999, a última corrida do ano foi disputada no Superspeedway de Fontana. Antes dos treinos, o canadense Greg Moore, da Forsythe sofreu um acidente quando caiu de sua scooter, e machucando sua mão esquerda. Moreno foi chamado às pressas. O brasileiro já estava com o macacão, pronto para entrar na pista, mas Moore disse que iria correr, mesmo saindo em último. O canadense morreu, mas o incansável Roberto Moreno estava lá para correr por sua quarta equipe naquela temporada na CART, sem contar as corridas na IRL.

 

nunca desista/never give up

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